Mostrando postagens com marcador Musicas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Musicas. Mostrar todas as postagens

The Bard of Armagh

0 comentários


Continuando as nossas postagens sobre as músicas do nosso repertório, gostaríamos de falar de uma balada tradicional irlandesa. De meados do século XIX que se chama: The Bard of Armagh (O bardo de Armagh).

Armagh é uma cidade na Irlanda do Norte, sede do Condado de Armagh. Em irlandês é conhecida como 'Ard Mhacha', ou 'Macha's Height'. Armagh é a cidade menos populosa da Irlanda do Norte, e a segunda menos populosa da ilha da Irlanda, sendo superada apenas por Kilkenny. Possui uma população de 14 590
pessoas segundo o censo britânico de 2001.




Esta música, como em quase toda canção tradicional irlandesa fala do bardo que é herói, harpista que sonha em voltar para Erin (antigo nome da irlanda). A harpa, por sua vez é um símbolo nacionalista.


A letra diz:

Oh! List to the lay of a poor Irish harper,
And scorn not the strains from his old withered hand,
Remember his fingers could once move more sharper
To raise up the glories of his dear native land.
Although I have traveled this wide world over,
Yet Erin’s* a home and a parent to me,
Then, oh! Let the ground that my old bones shall cover
Be cut from the soil that is trod by the free.

Tradução:

Oh! Ouçam a música de um pobre harpista irlandês,
E não desprezem as canções de sua velha e fraca mão,
Lembrem-se de que seus dedos já puderam com mais força se mover
Para exaltar as glórias de sua amada terra-mãe.
Embora eu tenha viajado por todo o grande mundo,
Erin* ainda é um lar e uma mãe para mim,
Então, oh! Deixa que a terra que cobrirá meus velhos ossos
Seja a terra deste solo, pisado pelos livres.
  
http://www.youtube.com/watch?v=V-Ret_5CdbA

ainda sobre Scarborough Fair...

4 comentários


Na idade média, as pessoas não costumavam dar créditos para músicas ou outras obras de arte, de modo que o escritor de Scarborough Fair é desconhecido. 

A canção foi entoada por bardos (ou shapers, como eram conhecidos na Inglaterra medieval) que a levavam de cidade em cidade da forma que cada um ouvia... por isso as letras e arranjos mudaram. Hoje existem muitas versões de Scarborough Fair.





No segundo verso de cada estrofe se repetem essas palavras que nessa ordem têm um significado especial: Salsa, sálvia, alecrim e tomilho. É provável que seja uma alusão ao compromisso do cantor com sua amada. 

Há ainda outra interpretação para estes versos:

Parsley (Salsa): Eu quero que você seja a mãe dos meus filhos.
Sage (Salvia): Sou fiel.
Rosemary (Alecrim): Pense em mim.
Thyme (Tomilho): Eu sou seu.

Alguns significados e interpretações para as ervas (Antes e Hoje):

Salsa (Petroselinum crispum)
Salsa ainda hoje é prescrito por fitoterapeutas para pessoas que sofrem de má digestão. Comer uma folha de salsa durante uma refeição faz com que a digestão de verduras, como espinafre que é pesado, se torne muito mais fácil. Dizem que era para tirar o amargor e os médicos medievais levavam isso em um sentido espiritual também. A Salsa é uma das mais antigas ervas utilizada como tempero. Do latim salsa herba, de salsus, “salgado”. Por extensão, também “o que dá gosto à comida. A palavra Salsa em espanhol significa molho, uma palavra hispânica para sauce, mas salsada quer dizer amalgamada, misturada. A própria dança "Salsa" tem esse nome devido a uma mistura de ritmos.

Sage (Salvia officinalis)
Sálvia foi conhecida por simbolizar a fidelidade. Muito utilizada na Idade Média.

Rosemary (Rosmarinus officinalis)
Antigos amantes gregos usavam dar alecrim às suas senhoras e o costume de uma noiva usar galhos de alecrim em seu cabelo ainda é praticado na Inglaterra e em vários outros países europeus hoje. A erva também é sinônimo de sensibilidade e prudência. Antigos médicos romanos recomendavam colocar um pequeno saco de folhas de alecrim debaixo do travesseiro de alguém que teve que realizar uma tarefa mental difícil, tal como um exame.

Tomilho (Thymus vulgaris)
Thyme é mencionado aqui porque ele simboliza a coragem. Na idade Média, os cavaleiros usavam imagens de tomilho em seus escudos quando eles saíam para o combate. Suas mulheres bordavam neles como um símbolo de sua coragem.

As ervas salsa, sálvia, alecrim e tomilho, retornando na segunda linha de cada estrofe, dão um sentido chave para a música. Embora sem sentido para a maioria das pessoas hoje em dia, estas ervas falavam com a imaginação das pessoas na era medieval, tanto quanto rosas vermelhas falam para nós hoje. Elas simbolizam as virtudes do trovador, desejos de seu verdadeiro amor e se o têm, a fim de torná-lo possível para ele voltar.

Então, como em toda a canção medieval, na celta, a letra é riquíssima de informações não só poéticas mas um significado de uma época. 

Cada canção, uma vivência! 

Aguardem a próxima postagem!!

Scarborough Fair

0 comentários


O The Celtic Songs interpreta canções modernas e tradicionais inglesas, irlandesas, gaulesas e escocesas. Nesta postagem, gostaríamos de falar de uma música linda, tradicional, medieval e inglesa.

A música: Scarborough Fair!

Esta canção popular Inglesa remonta aos tempos medievais, quando a estância balneária de Scarborough era um local importante para os comerciantes de toda a Inglaterra. Fundada a mais de mil anos atrás, como Skarthaborg pela Skarthanorman, o assentamento Viking em North Yorkshire, no norte-oeste da Inglaterra tornou-se uma porta muito importante, pois a idade das trevas chegava ao fim. Scarborough Fair não foi uma feira como a conhecemos hoje, mas uma feira de grande comércio. Pessoas de toda a Inglaterra, e outros continentes, vinham a Scarborough para fazer negócios. Como eventualmente o porto começou a diminuir, assim diminuiu a feira, e Scarborough é uma cidade tranquila e pequena agora.

A parte moderna da cidade está situada a uma altura entre 30-70 metros, enquanto a parte velha da cidade, perto do porto e protegida por uma península rochosa, encontra-se no nível do mar. Tem aproximadamente 50 mil habitantes, e contando com os subúrbios, chega a 108,5 mil habitantes.



Trechos de "ESPOSA" - João da Cruz

0 comentários

XI

Mostra tua presença!
Mate‑me a tua vista e formosura;
Olha que esta doença
De amor jamais se cura,
A não ser com a presença e com a figura.






XXXII

Quando tu me fitavas,
Teus olhos sua graça me infundiam;
E assim me sobreamavas,
E nisso mereciam
Meus olhos adorar o que em ti viam.

The Harp That Once

2 comentários


Uma das mais belas canções tradicionais interpretada pelo The Celtic Songs se chama: The Harp That Once. Esta música tem um significado lindo, com poesia de Thomas Moore e fala de um mito irlandês referênte a colina de Tara. Vamos falar aqui, de tudo um pouco: da letra, do poeta e do mito.

Tuatha De Dannann: O “Povo da deusa Dana”. Segundo a mitologia Irlandesa, foi a ultima geração de deuses que governaram a Irlanda antes da invasão dos filhos de Milesius, antepassados dos actuais Irlandeses. Os Irlandeses diziam que eram gigantes que viviam em aposentos subterrâneos, em Tara, e que construíam templos de pedra.


A Harpa que Um Dia
(Canção tradicional irlandesa com poesia de Thomas Moore)

A harpa que um dia através das paredes de’Tara*
A alma da música abrigou,
Agora pende tão muda das paredes de Tara
Como se aquela alma partido houvera.
Assim dorme o orgulho dos tempos antigos,
Assim a exaltação da glória terminou.
E os ardores, que um dia se levantaram ao louvor,
Agora não mais sentem aquele ardor.

Não mais para os chefes e damas brilhantes
A harpa de Tara se expande;
A única corda, que soa à noite,
Conta sua história de ruína.
Assim a liberdade agora tão raramente desperta,
Que a única emoção que ela nos
É quando algum coração indignado se parte,
Para mostrar que ela ainda vive e viverá.

*Tara é uma colina em County Meath, Irlanda. O palácio de Tara foi a residência real durante muitos séculos.

Thomas Moore:






A CANÇÃO DO DELIRANTE AENGUS (1899) William Butler Yeats

0 comentários


Aengus: Na mitologia Irlandesa este era o filho de Dagda e Elcmar. Diz a lenda que certa noite Aengus sonhou com uma bela donzela, Caer, que estava acorrentada a outras 150 donzelas destinadas a transformarem-se em cisnes durante o Samhain. Por este motivo, Aengus transformou-se em cisne para se unir à sua amada.

"Eu fui para uma floresta de nogueiras,
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;
E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas,
Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho
E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão
E fui soprar para reativar as chamas,
Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar, como um brilho mais forte.
Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol."